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RETORNO ÀS AULAS EM 27 DE ABRIL?

Julio Cezar de Oliveira Gomes é graduado em História e em Direito pela Uesc.
Julio Cezar de Oliveira Gomes é graduado em História e em Direito pela Uesc.

Parece mentira ou brincadeira. Mas não é. A rede pública municipal de ensino de Ilhéus iniciou dia 27 de abril, o ano letivo referente a 2015.

Como se sabe, por conta dos dias sem aula no ano passado, relacionados tanto à Copa do Mundo da FIFA quanto à greve dos professores do Município de Ilhéus, o ano letivo de 2014 só terminou no final de fevereiro de 2015. Após um mês de necessárias, urgentes e curtas férias – que decerto não propiciaram o devido descanso nem aos professores nem aos alunos – reiniciam-se os estudos, sem alarde, pois ninguém propagandeia o que é vexatório.

Não se trata aqui de recriminar aos professores em seu sagrado direito de greve, que frequentemente se torna a única alternativa para pressionar patrões – neste caso o prefeito, mas poderia ser o governador ou mesmo a presidente – para que negocie e conceda à categoria os reajustes necessários à obtenção ou manutenção de uma remuneração digna.

Trata-se, isto sim, de avaliar como se encontra a Educação Pública em nosso município, em nosso país, e seus reflexos sobre o conjunto da sociedade.

No Estado da Bahia, a situação do ensino público não é muito diferente. As escolas estaduais iniciaram o ano letivo na data prevista, em fevereiro, só que, logo de cara, passaram mais de duas semanas sem funcionar, por conta do não pagamento ao pessoal de apoio da educação: merendeiras, auxiliares de limpeza, censores, porteiros etc.

Após isto tivemos, no estado, mais uma semana perdida para a “montagem do horário”, algo que assisto a inacreditáveis 23 anos, ou seja, desde 1992, quando passei a lecionar nas turmas de ensino básico e de nível médio da rede estadual.

Depois vieram, na rede estadual, as paralizações, feriados e enforcamentos. Resultado: Desde que iniciamos o ano letivo, tivemos apenas algo em torno de 50% das aulas, comprometendo duramente anão só a qualidade do ensino, mas a instituição Escola Pública em seu funcionamento, imagem e eficácia no cumprimento de sua missão social.

Não desejo me estender mais sobre os fatos. Eles se repetem, com algumas pequenas variações, em todos os anos, consolidando o desastre em que se encontra, hoje, a educação pública em nosso país.

Desejo terminar propondo uma saída, uma alternativa, que se não muda o quadro do ensino público, pode fazer toda a diferença para sua família e para o futuro de seus filhos:

Se você tem um mínimo de condições, um mínimo de recursos, faça um sacrifício – deixe de trocar de carro, de viajar ou de gastar tanto com festas, com roupas ou com bens de uso e consumo imediato, muitos deles perfeitamente dispensáveis – e matricule seus filhos(as) em uma boa instituição particular de ensino!

Pague. Sacrifique-se. Faça este investimento. E coloque seus filhos no melhor, dando-lhes a oportunidade de, querendo, disporem dos meios necessários para fazerem e lutarem por si mesmo com reais chances de sucesso, já que providos das melhores ferramentas de educação escolar, para vencer os desafios da vida.

Seus filhos(as) e sua consciência lhe agradecerão profunda e profusamente, em um futuro bem mais próximo do que você imagina.