O governador Rui Costa disse, durante cerimônia pela Independência do Brasil na Bahia, nesta quinta-feira (2), que o prefeito de Itabuna estava “sob pressão e perdeu o equilíbrio”, ao dizer que o comércio na cidade seria reaberto “morra quem morrer”.
Segundo Rui Costa, ele conversou com Fernando Gomes e pediu para que o gestor municipal não reabra o comércio durante esta semana, conforme previsto inicialmente. Itabuna tem 100% de ocupação dos leitos de UTI, por causa da Covid-19.
“Pedi que não abrisse essa semana, e ele não abriu. Mas ele tem se sentido pressionado, tem uma voz nacional que diz para abrir, que ganha apoio de comerciantes, com medo de quebrar. Sob pressão, as pessoas saem do ponto, perdem o equilíbrio. Falei com ele ontem, está no quinto mandato, tem quase 80 anos, me disse que nunca viveu uma situação como essa, que nunca se sentiu tão pressionado”, falou Rui Costa.
A cidade tem comércio fechado desde o mês de março e a previsão era de reabertura na quarta-feira (1º), que foi adiada por causa da taxa de ocupação dos leitos. A fala do prefeito Fernando Gomes circulou nas redes sociais e foi alvo de críticas.
“Primeiro, lutar pela vida, a vida é uma só. [Depois que] morrer, acabou [a vida]. Não tem fortuna, não tem pobreza, não tem falência, não tem nada. Mas não posso abrir uma coisa que não tenho cobertura. Com a dúvida, com os nossos morrendo por causa de um leito em Itabuna, vou transferir essa abertura. No dia 8, mandei fazer o decreto, que no dia 9 abre, morra quem morrer”, disse o prefeito.
Até a divulgação do último boletim da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), no final da tarde de quarta-feira (1º), a cidade de Itabuna tinha 2.637 casos confirmados da doença e 79 pessoas mortas pelo coronavírus.
A prefeitura de Itabuna informou, por meio de nota, que o prefeito foi “mal interpretado” em sua fala e que está “contrariado com a situação, porque entende a necessidade da reabertura do comércio”. O prefeito ponderou na nota que, segundo ele, “40 lojas não voltarão a abrir em Itabuna, e vários pais de família estão desempregados”. (G1)