A visita de integrantes da Comissão da Verdade do Senado e da Câmara do Rio de Janeiro realizada nesta segunda (23) ao prédio do antigo DOI-Codi, atual 1° Batalhão de Polícia do Exército, na Tijuca, na Zona Norte do Rio, foi marcada por uma confusão entre parlamentares na entrada. O deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), que não pertence a nenhuma comissão, quis se juntar ao grupo e foi rechaçado pelo senador João Capiberibe (PSB-AP). Houve empurra-empurra, xingamentos e, na confusão, o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) afirma ter sido agredido por Bolsonaro. O deputado negou as agressões.
O senador Randolfe não entrou em detalhes sobre a confusão na entrada: “Não preciso relatar o que aconteceu. Ele claramente nos agrediu na entrada covardemente. Eu e Capiberibe tentamos impedir a entrada dele. Ele usou o mecanismo de entrada por baixo. É o procedimento dele, que todos conhecem. Mais uma vez a presença do Bolsonaro aqui era para tumultuar e impedir que a visita se concretizasse. Ele não acompanhou o roteiro da visita. Ele não cumpriu seu objetivo. O Bolsonaro é um Brasil que nós vamos virar a página”, disse Randolfe Rodrigues.
Depois da confusão, Bolsonaro acabou entrando no prédio junto com os outros parlamentares. Ele contou que fez toda a visita ao local a uma distância dos membros da comissão. Já o senador Randolfe disse que o deputado não acompanhou a visita.
“Fiquei a uns dez metros de distância para não me misturar. Visitei o prédio todo e depois fui tomar um café na sala da Companhia de Motos. O Capiberibe colocou a mão no meu peito e não queria me deixar entrar, houve uns empurrões, mas entrei mesmo assim. Para a infelicidade de vocês (jornalistas) não houve agressão, como vocês gostariam. O senador Randolfe gritou, me chamou de ‘vagabundo’ e outros elogios, por assim dizer, mas não houve agressão. A democracia que eles defendem é assim, não aceita o contraditório”, disse Bolsonaro.
O objetivo da visita desta segunda (23) é ser o ponto de partida para uma campanha que visa transformar o local num centro de memória, a exemplo do que foi feito no antigo Dops de São Paulo e em centros de tortura na Argentina, no Uruguai e no Chile
Por volta das 10h30, manifestantes faziam um protesto em frente ao quartel reivindicando a reabertura dos arquivos da época da ditadura militar e a punição para as pessoas que serviram ou trabalharam para o regime.