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SETE MOTIVOS PARA REFLETIRMOS NESSE ANIVERSÁRIO DE ILHÉUS

parabéns
Hoje, dia 28 de junho de 2014, a cidade de Ilhéus completa exatos 480 anos de fundação. Inicialmente uma, entre outras tantas capitanias hereditárias, entregue nas mãos de “gestores” pela coroa portuguesa, Ilhéus carrega em sua história, um pouco da própria história do Brasil.
Já vivemos momentos de pujança econômica e fartura, e outros de dificuldades, como não poderia deixar de ser. Os anos passaram, mudanças se sucederam, e hoje somos essa cidade de porte mediano, conhecida mundialmente graças à alguns livros do escritor grapiúna Jorge Amado, e bastante requisitada por turistas, devido ao seu extenso litoral.
Mas enfim, crendo que aniversários são datas simbólicas, perguntamos: Será que temos motivos para comemorar? Podemos até ter, mas listaremos alguns que deveriam suscitar as nossas mais profundas reflexões.
01-   Ilhéus, a exemplo de muitas outras cidades Brasil à fora, vem sendo marcada pela inacreditável sucessão de gestores municipais totalmente descompromissados com a sua real evolução. Não seremos tão apocalípticos para afirmar que nunca tivemos bons prefeitos, pois de fato já tivemos. Agora, se resolvermos retroceder no tempo, nos últimos 30 anos, constataremos que, literalmente, paramos no tempo. E isso, graças a incompetência administrativa que insiste em pairar sob o palácio Paranaguá. Há anos sofremos nas mãos de aventureiros, cujas principais preocupações foram e são a de se auto beneficiar e, consequentemente, ajudar seus apaniguados e asseclas. A consequência disso são as evidências de que Ilhéus, em nenhum momento, foi pensada para um futuro nem tão remoto, e hoje, temos uma cidade com trânsito caótico, cujas vias, praticamente as mesmas de mais de 50 anos atrás, já não comportam o esperado aumento no número de veículos. Resumindo, a falta de visão dos nossos gestores do passado, influenciam o nível da qualidade de vida do ilheense, que já sente na pele o caos no formato mobilidade urbana, visto nas grandes metrópoles.
02 – Ainda como consequência do não planejamento à longo prazo da zona urbana ilheense, hoje temos uma cidade que cresceu desorganizadamente, aterrando mangues, invadindo áreas litorâneas (também por ricos), etc. Prova disso é que em determinado momento da nossa história a população aumentou consideravelmente, e o poder público se mostrou incapaz de aplicar políticas para adaptar a cidade a essa demanda ascendente populacional. O resultado é que, praticamente todo o esgoto domiciliar produzido pelos ilheenses, são jogados sem nenhuma espécie de tratamento, nos locais que são os nossos principais atrativos turísticos: as nossas praias. Ou seja, locais como a nobre avenida Soares Lopes, a encantadora Baía do Pontal e as praias do belo litoral sul, também compõem as suas paisagens, tubulações que despejam em suas águas, milhares de litros de esgoto diariamente. Isso, sem esquecermos os bairros onde esgotos correm à céu aberto no meio das ruas, colocando em risco a saúde dos seus moradores.
03 – Em qualquer sociedade que se preze, as pessoas mais velhas são respeitadas. Afinal de contas, elas são, por suas experiências de vida, fontes inesgotáveis de sabedoria e sapiência. Mas isso não pode significar que, preceitos e valores antiquados e ultrapassados sejam o norte a ser seguido pela sociedade. Em Ilhéus, apesar de estarmos em pleno ano de 2014, ainda temos o desprazer de nos deparar com pessoas de pensamento retrógrado, que, em meios de comunicação bancados pela prefeitura, pregam absurdos do tipo: Skatistas são todos vagabundos e vândalos, além de apoiarem a volta da ditadura militar. Há de se ressaltar, cada um defende aquilo que bem entender, afinal de contas, vivemos em uma democracia, mas, usar um meio, mais precisamente, um site, bancado com dinheiro público, para disseminar a ignorância, é algo, no mínimo, questionável. E, lamentavelmente, Ilhéus tem casos do tipo. Uma verdadeira “sarrafada” na inteligência do ilheense, protagonizada por pessoas que são verdadeiros exemplos a não serem seguidos de caráter e conduta.
04 – O ilheense parece ter aptidão em persistir em erros. Isso, basicamente aplicado nos equívocos em escolher os seus gestores municipais. Vejamos o caso do atual prefeito, Jabes Ribeiro. Ele foi eleito pela quarta vez no ano de 2012, isso, após ser praticamente escorraçado do palácio Paranaguá oito anos antes. Ou seja, os ilheenses, mesmo sabendo que o citado político se mostrou incompetente em administrar a cidade, com o seu nome chafurdado na lama da improbidade administrativa, com mais de uma dezena de processos, optou, mais uma vez, pelo erro. E o resultado não poderia deixar de ser diferente, e hoje, a cidade, mais uma vez, se vê refém de uma das piores administrações municipais da história, com absurdos que fazem com que o caçado Valderico Reis, mais pareça uma criança inocente, ante os esquemas de corrupção consolidados nos bastidores políticos do executivo local.
05 – Outra situação que faz o ilheense se envergonhar, é a relação promíscua e absurdamente prejudicial à população, envolvendo a prefeitura e os empresários que exploram o transporte coletivo no município. É do conhecimento de todos que uma das famílias proprietárias de uma das empresas, doou a quantia de R$ 150 mil para a campanha do prefeito Jabes Ribeiro. Isso, no jogo político, foi uma espécie de empréstimo, cobrado com juros e correções, através de favorecimentos no decorrer do mandato do citado gestor municipal. E isso veio através de um ilegal aumento de passagem. Ou seja, Ilhéus, uma cidade de médio porte, possui uma tarifa de ônibus mais cara do que muitas capitais. Resumindo, o cidadão ilheense vem pagando pelos conchavos inescrupulosos do grupo político que hoje manda na cidade.
06 – A perseguição política e as táticas intimidadoras aos cidadãos e servidores públicos, se convencionaram na atual administração municipal, nos fazendo remeter ao nefasto período dos coronéis do cacau. Esse ano, vale lembrar, um membro do Reúne Ilhéus, grupo de estudantes que luta por melhorias no transporte público, foi esfaqueado por uma pessoa ligada ao prefeito, na saída de um evento do PP. Segundo informações, após a tentativa de homicídio, o criminoso foi visto fugindo, pasmem, no carro oficial que transportou o gestor municipal. Testemunhas não faltaram, porém, passados vários meses do crime, ninguém foi preso, e o prefeito optou pelo silêncio, fazendo valer a máxima de que quem cala consente. Além disso, servidores, devidamente concursados, e que são ligados à oposição, estão sendo duramente perseguidos, e perigam serem exonerados dos cargos que ocupam. O crime? O fato de não rezarem na cartilha do jabismo.
07 – Apesar de todos esses absurdos denunciados, e mais do que escancarados na cara da sociedade ilheense, o mais lamentável é se deparar com uma horda de pessoas, muitas delas bem esclarecidas, defendendo essa gestão, como se fosse algo de extraordinário. Pessoas que se dizem de bem, que representam institutos que afirmam lutar pelos interesses e bem estar dos ilheenses, mas que na verdade são complacentes e coniventes com tudo que se sucede de absurdo no palácio Paranaguá. Na nossa opinião, uma pessoa que defende corruptos e criminosos, são da mesma estirpe, logo, não merecem respeito.