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TERCEIRIZADOS TORNARAM-SE “EMPREGADAS DOMÉSTICAS” DO GOVERNO

MARCOLINO REIS
Marcolino é graduando em história pela Uesc, com formação em Ciências Políticas pela USP.
Marcolino é graduando em história pela Uesc, com formação em Ciências Políticas pela USP.

Uma das grandes conquistas sociais que tivemos nos últimos tempos é a inclusão no rol da formalidade, o conjunto de pessoas que trabalham no setor doméstico. Vale ressaltar que esta conquista é fruto da organização desta categoria. Todas as pessoas em cargos eletivos fizeram suas obrigações, portanto, mérito para a organização popular.

Ao mesmo tempo em que o Governo Federal e o Congresso Nacional ampliam o acesso à direitos trabalhista (aprovando a PEC das domésticas), o Governo do Estado da Bahia e a Assembleia Legislativa retiram direitos fortalecendo a terceirização com a aprovação da nossa conhecida PL 4330.

Fomos derrotadas pelo presidente da câmara dos deputados, o Deputado Federal Eduardo Cunha (apelidado pelo movimento estudantil de Chicun-cunha por representar a doença do poder pelo dinheiro e dinheiro pelo poder).

A articulação da mesa diretora da Câmara dos Deputados encabeçada pelo dito-cujo iniciara tudo que está acontecendo agora com terceirizados e terceirizadas em todo estado da Bahia. Principalmente estes atrasos de salário a maioria dos parlamentares do congresso nacional tem responsabilidade.

As vidas de dezenas de milhares de homens e mulheres estão sendo destruídas. A irresponsabilidade dos grandes meios de comunicação, principalmente as redes Globo e Record, soma com sua atuação desumana e omissa. Quem são os políticos envolvidos? Quem está se beneficiando? O que os prejudicados estão fazendo para solucionar? Estas e outros questionamentos só terão uma resposta a rua como campo de batalha.

Estamos em um momento onde necessitamos da mobilização de trabalhadores e estudantes para defender a educação pública do estado da Bahia e portanto é importante as pessoas que trabalham como terceirizadas dentro dos Colégios Estaduais Baianos se mobilizem e saiam ás ruas em defesa de seus direitos trabalhistas e contra este ajuste fiscal. É necessário que o Governo do Estado rompa com os acordos políticos de bastidores com os políticos-empresários proprietários destas empresas de terceirização que atuam como empresas de escravização considerando a quantidade de trabalhadores e trabalhadoras sem receber seus salários a dezenas de semanas. Os Estudantes precisam ocupar todos os Colégios Estaduais Baianos. Os de ensino regular e técnico com uma pauta unificada para derrotar o Secretário Estadual de Educação considerando sua responsabilidade. O caminho em defesa da educação pública é se espelhar nos estudantes do Chile que em 2006 realizaram a Rebelião dos Pinguins. Mobilização conhecida pelas manifestações com mais de seiscentos mil estudantes nas ruas pela melhoria da educação pública e passe livre estudantil. O caminho para derrotar as empresas terceirizadas que estão prejudicando a vida de milhões de estudantes nos colégios estaduais baianos neste ano de dois mil e dezesseis é seguir o exemplo dos estudantes das escolas de São Paulo que em 2015 derrotaram o governo do estado e derrubaram o secretário estadual de educação.

Por fim é importante ressaltar que o poder emana do povo e portanto governo que facilita a retirada de direitos sociais ás juventudes baianas e direitos trabalhistas à centenas de milhares de famílias, merece um povo sem medo.