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TRÂNSITO É O QUE MAIS MATA JOVENS NO PAÍS

acidenteExcesso de velocidade, falta de fiscalização, acesso muito cedo a direção e falta de conscientização dos motoristas são apontados por especialistas como principais causas para o aumento do número de vítimas de acidente de trânsito no Brasil. Milhares de  pessoas morrem por ano vítimas de acidentes do tipo, superando inclusive as mortes por homicídio.  Em cinco anos, o número de vítimas fatais no país nas idades entre 18 e 35 anos subiu de 50 mil para 60 mil e esta realidade tem chamado atenção dos estados, prefeituras e especialistas em trânsito.
Para analisar o problema que atinge a maioria dos estados, foi aberto nesta quarta-feira (30), o 8º Congresso Brasileiro Trânsito e Vida/4º Internacional, realizado no Hotel Matiz reunindo especialistas de várias partes do mundo para trocar experiência sobre o assunto e discutir políticas públicas e ações efetivas em defesa da segurança no trânsito. Organizado pela Federação Nacional das Associações de Departamento de Trânsito, o congresso contou com representantes de Detrans de todas as regiões do país e teve como foco das discussões no primeiro dia a Segurança no Trânsito, com exposição de palestras temáticas até as 17h.
“Recentemente uma publicação revelou que os acidentes de trânsito estão matando mais do que o homicídio. Hoje, por exemplo, 130 pessoas vão morrer desta mesma causa, é uma média diária no Brasil”, afirmou o presidente da Fenasdetran, Mário Conceição. Segundo ele, os acidentes do trânsito também são responsáveis pela ocupação de 75% dos leitos públicos hospitalares. “O governo federal gasta anualmente R$ 40 milhões por ano na assistência a vítimas de acidentes envolvendo carros e motos. Essa é uma triste realidade que deve ser analisada para que nós possamos adotar novas atitudes que diminuam estes índices”, afirmou.
As discussões do congresso seguem orientação da Organização das Nações Unidas que estipulou o período entre 2011 a 2020 como a “Década Mundial de Ações de Segurança no Trânsito”, período de análise onde medidas de trânsito seguro devem ser intensificadas com o intuito de reduzir em 50% as mortes por lesões.
Um dos especialistas convidados a participar do congresso, o mestre em sociologia e especialista em Segurança no Trânsito Eduardo Biavati alerta para a série de fatores responsável pela atual realidade do trânsito brasileiro. “Os jovens estão tendo acesso a drogas como o álcool e a direção cada vez mais cedo, em um período em que ainda não há maturidade para lidar com nenhum dos dois”, pontuou. Unido a fiscalização precária nas estradas e nas cidades, a falta de conscientização e maturidade dos motoristas mais jovens tem colaborado para o aumento de acidentes envolvendo jovens e adolescentes.
Não há estatística oficial sobre o número de acidentes com vitimas fatais na Bahia devido a não integração dos números levantados pelas instituições que prestam socorro médico, conforme informou o representante do Detran-Bahia no evento, o assessor técnico Luidi Souza. “Nós sabemos que é um número crescente e que a maioria dos acidentes é causada pelo excesso de velocidade, alguns associados a ingestão de bebida alcoólica”, disse.
No 2º dia de congresso, “Educação no Trânsito” será o tema principal das discussões, seguido de “Saúde no Trânsito”, eixo temático do último dia do evento.