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VESÚVIO: MEMÓRIAS DE UM SÍMBOLO HISTÓRICO E CULTURAL DE ILHÉUS

Em celebração ao Dia do Fotógrafo, revisitamos registros históricos que documentam a trajetória do icônico Vesúvio, um marco cultural e arquitetônico de Ilhéus. Fundado no início da década de 1910 por Nicolau Caprichio e Vicenti Queverini, italianos que homenagearam o famoso vulcão Vesúvio de Nápoles, o estabelecimento começou como uma pastelaria em frente à Capela de São Sebastião. Construído inicialmente como um edifício térreo com telhado em duas águas, o Vesúvio logo se tornou um dos pontos mais frequentados da cidade.

Já na década de 1920, fotografias revelam a ampliação do prédio com a adição de um pavimento superior, consolidando sua presença na paisagem urbana.

Uma Linha do Tempo Repleta de Histórias

O Vesúvio passou por diversas administrações ao longo de sua história. Segundo Raymundo Pacheco Sá Barretto em Notas de um Tabelião, o empreendimento foi adquirido por um português conhecido como Figueiredo, depois vendido a Durval Moreno, e posteriormente ao Sr. Costa. Após um breve período fechado, o bar foi reaberto pelo espanhol Armando Lorenzo, que, em algum momento, alterou seu nome para “Bar Triunfo”, conforme registros fotográficos de 1942.

Em 1945, o bar foi adquirido por Emílio Maron, que o renomeou como “Bar Maron”. Essa fase é registrada em uma foto de 1950 por Francino Vieira. Já na década de 1980, o prédio foi adquirido pelo suíço Hans Koella, que devolveu seu nome original, “Bar Vesúvio”, sob a administração de Horst Walter Mayner.

Nos anos 1990, Paulo César Vieira de Carvalho, o saudoso Badalo, assumiu a administração do Vesúvio. Foi nesse período, em 1997, que Jorge Amado e Zélia Gattai visitaram o local em uma homenagem ao escritor, que inaugurava a Casa Jorge Amado. Após a gestão de Badalo, o Vesúvio voltou às mãos do grupo suíço, passando por novos arrendatários até os dias atuais.

Contribuição de José Nazal

José Nazal, fotógrafo, pesquisador e cronista ilheense, é uma das principais fontes de preservação da memória histórica de Ilhéus. Nazal dedicou-se ao levantamento de registros fotográficos e documentais que ajudam a narrar a evolução do Vesúvio e seu impacto cultural. Seu acervo pessoal inclui imagens raras e contemporâneas, como a fotografia registrada por ele em 2025, evidenciando a continuidade de seu trabalho em manter viva a história da cidade.

Além de sua atuação como fotógrafo e pesquisador, José Nazal desempenha um papel importante como autor de obras que retratam a história de Ilhéus, promovendo o resgate e a valorização de seus patrimônios materiais e imateriais. Sua dedicação reforça a relevância do Vesúvio como um símbolo cultural de Ilhéus.

Com sua rica história, o Vesúvio permanece como um símbolo da memória coletiva de Ilhéus, testemunha das transformações da cidade e de seus habitantes.

Fontes e Créditos
  • Raymundo Pacheco Sá Barretto – Notas de um Tabelião (1982).
  • Maria Luiza Heine – Passeio Histórico na Capitania de São Jorge dos Ilhéus (2003).
  • Guido Paternostro – Depoimento pessoal (2025).
  • José Nazal – Acervo pessoal e registro fotográfico.
  • Créditos fotográficos conforme descrito.