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COLETIVO CULTURAL DE ILHÉUS DENUNCIA SUPOSTA FRAUDE EM PROCESSO DA LEI PAULO GUSTAVO

Na última semana, um coletivo de agentes culturais de Ilhéus, incluindo os selecionados nos editais da Lei Paulo Gustavo, recorreu às redes sociais para expor supostas irregularidades na escolha dos projetos culturais.

A denúncia ganhou força após a divulgação de uma imagem pelo Ilhéus Pod+, mostrando uma reunião do setor audiovisual de Ilhéus, onde alegadamente se discutiam planos para o futuro da cultura na cidade. No entanto, membros legítimos do setor audiovisual local afirmaram que não foram informados ou convidados para o encontro.

Entre as discrepâncias apontadas, destaca-se a aprovação de Bárbara Barreto, identificada na foto pelo uso de roupa cor-de-rosa, em primeiro lugar na categoria de média-metragem por meio das cotas destinadas a indivíduos negros. O grupo alega que Bárbara não preenche os critérios de autoidentificação exigidos pela orientação da UFSB. Além disso, é esposa de Sérgio Rogério, que está vestido com uma camisa preta na foto, e ambos têm diversos parentes que também foram aprovados na seleção: seus filhos Sol Luan e Kauê, além da sobrinha Bruna Santana Campos e a cunhada Gildete Souza.

A suspeita de favorecimento cresceu quando muitos desses projetos foram posteriormente desqualificados devido a várias infrações, como plágio, falsificação de identidade racial e falta de experiência. Curiosamente, os números de protocolo dos projetos da família e seus associados estavam entre os primeiros, sugerindo uma possível concessão de vantagens na seleção.

No Diário Oficial de 20 de dezembro de 2023, foram anunciados os responsáveis pela seleção: Marcos Antônio Lessa dos Santos, Rogério Levy Pereira Silva, Gerson Dias Alves, Reinaldo Soares dos Santos e Davison Leandro Souza Santos. Porém, membros da sociedade civil, Fernando José Reis de Oliveira e Antônio Norberto de Oliveira Xavier, que são professores do Departamento de Letras e Artes (DLA), alegam que seus nomes foram incluídos sem a efetiva participação no processo de seleção.

Em resposta às denúncias, a Comissão de Revisão da Lei Paulo Gustavo 2023 de Ilhéus, composta por representantes do governo e da sociedade civil, emitiu um comunicado. A comissão, integrada por Geraldo Magela Ribeiro, Carlos José da Silva Morais, Marcelle Paula Almeida Santos, Marta de Melo Lisboa e Sérgio Setúbal Peixoto, assegurou que sua função é voluntária e se concentra na análise e julgamento dos recursos apresentados pelos proponentes. Eles indicaram diversas falhas no processo de avaliação, incluindo a falta de critérios explícitos com as notas dos projetos, ausência de comprovação da trajetória artística dos proponentes e inconsistências na ficha técnica.

Após revisão detalhada, a comissão desqualificou 16 projetos, reafirmando seu compromisso ético com a transparência e a imparcialidade na análise dos recursos. É importante notar que Marcelo Oliveira, proprietário do site Ilheus.com.br, aparece na foto publicada, mas não foi citado nas denúncias feitas pelos fazedores de cultura.

A equipe de reportagem do Ilhéus 24h tentou entrar em contato com Sérgio Rogério para obter esclarecimentos e oferecer o direito de resposta. No entanto, até o fechamento desta edição, não houve resposta. O espaço permanece aberto para Sérgio, demais envolvidos, administração municipal e a Secretaria de Cultura.