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DILAZENZE CELEBRA ANIVERSÁRIO E PROMOVE “NOITE DA BELEZA NEGRA”

Com 28 anos de existência, o Dilzazenze é referência cultural na Bahia. Foto: Arquivo.
Com 28 anos de existência, o Dilazenze é referência cultural na Bahia. Foto: Arquivo.
Um alicerce de resistência cultural, de luta contra o racismo e preservação das tradições afrodescentes em Ilhéus e região.
Trata-se do Grupo de Preservação da Cultura Negra Dilazenze, que no último sábado (22) completou 28 anos de existência.
Como parte das atividades de comemoração de aniversário, o Dilazenze promove na quinta-feira (27), a partir da 19h, na sua sede, em Ilhéus, situada na avenida Brasil, Carilos, bairro da Conquista, a 18ª edição da Noite da Beleza Negra, que escolherá a rainha do bloco no carnaval 2014.
Além do concurso de beleza, haverá a apresentação de vários grupos de dança, a exemplo do corpo de balé afro Dilazenze e o grupo Dançarte, além da participação da Banda Percussiva e da banda Zahra, revelação da música ilheense, que comandará a festa.
Clique no Leia Mais e confira um pouco da história do Dilazenze.
HISTÓRICO – O Grupo de Preservação da Cultura Negra Dilazenze é uma sociedade civil sem fins lucrativos que iniciou suas atividades em 22 de fevereiro de 1986, e faz parte do conjunto de entidades do movimento negro de Ilhéus.
Criado por jovens pertencentes à tradição religiosa Angola-Congo, o grupo vem desenvolvendo projetos políticos, culturais, carnavalescos e educacionais, buscando resgatar a auto-estima da população negra através de atividades que desenvolvam sua consciência crítica.
Dentre os projetos desempenhados pelo Grupo, destacam-se o bloco afro Dilazenze, a Banda Percussiva, o grupo de samba de roda Sambadila, o corpo de Ballet Afro e o projeto sócio-educacional Batukerê. O Grupo ainda realiza oficinas de dança e de percussão destinadas à comunidade.
De maneira geral, o seu trabalho desenvolve temas comprometidos com a cultura africana e afro-brasileira, marcadamente presentes nos desfiles de carnaval de Ilhéus onde o bloco afro Dilazenze foi consagrado campeão por cinco vezes consecutivas.
Uma de suas particularidades é o fato de se estruturar fisicamente dentro de um dos terreiros de Candomblé mais tradicionais de Ilhéus: o Terreiro de Matamba Tombenci Neto, de nação Angola-Congo, existente há 127 anos e localizado há mais de 50 anos no bairro da Conquista. Essa condição oferece a base de uma unidade bem mais ampla do que a dimensão exclusivamente religiosa, já que funciona como um verdadeiro centro de aglutinação de uma boa parcela dos moradores do bairro onde se localiza. É devido ao terreiro que as atividades do Dilazenze não se restringem ao carnaval, mas abarcam as dimensões sociais e de preservação cultural.
Ao longo de sua existência, o Dilazenze buscou dialogar com diversas entidades governamentais e não-governamentais para a construção de um projeto conjunto de políticas e ações afirmativas destinadas a população afro-descendente. Desenvolveu parcerias de apoio institucional com organizações privadas e secretarias de Educação, Saúde, Cultura e Turismo do município e do estado. Seu trabalho comprometido com a cultura de matriz africana é amplamente reconhecido por diversos segmentos da comunidade social e frequentemente a apresentação de seu corpo de Ballet Afro compõe a programação cultural de seminários, encontros, congressos, conferências, reafirmando a presença e contribuição dessa cultura no município.
No plano político, já participou de várias conferências municipais, estaduais e nacionais de cultura, promoção da igualdade racial, educação e assistência social, com o intuito de inserir o município na agenda nacional. Obteve uma importante participação na implementação da lei 10.639/03 nas unidades escolares do nosso município além de decisiva atuação na reformulação do conselho municipal de cultura de Ilhéus e na criação do sistema municipal de cultura de Ilhéus.
As atividades desenvolvidas pelo grupo e a política de intercâmbio entre a comunidade negra de grupos culturais da Bahia, do Brasil e do exterior, promovem oportunidades de diálogo onde diferentes expressões culturais são colocadas em comunicação e convivência, construindo formas de (re) conhecimento de diferentes culturas.