Com o início das obras do Mix Mateus em Ilhéus, localizado estrategicamente em frente ao antigo Supermercado Itão, algo curioso aconteceu: o Itão, que há anos parecia acomodado, resolveu acelerar no quesito melhorias. A pergunta que não quer calar é: por que só agora?
De forma quase desesperada, o Itão correu para tentar impressionar: caixas ampliados, piso novinho, placas de identificação finalmente organizadas, reforço na equipe de funcionários e até um estacionamento asfaltado – algo que os clientes pediam há anos. Mas será que isso é suficiente para enfrentar um concorrente de peso?
Apesar dos esforços, o cliente atento percebe que o serviço ainda está longe do ideal. As filas para compra de carnes em dias promocionais, por exemplo, testam a paciência de qualquer cidadão. Passar uma hora para ser atendido já virou rotina. Na área de hortifruti, o descuido também é notório: a pesagem dos legumes promocionais segue sem o lacre nas sacolas, abrindo brecha para quem, mal-intencionado, resolve incrementar a compra após o peso registrado. Um pequeno “descuido” que pode gerar grandes prejuízos.
As melhorias realizadas pelo Itão são, sem dúvida, bem-vindas. Mas não deixam de levantar uma questão incômoda: se havia tanto a ser feito, por que só agora? A chegada do Mix Mateus parece ter acendido um sinal de alerta no até então soberano mercado local. E os clientes, claro, notaram.
A preocupação do Itão é justificável. O Mix Mateus traz um modelo de varejo que combina preços competitivos, variedade de produtos e serviços modernos – uma fórmula que promete balançar a preferência dos consumidores.
Resta agora ao Itão mostrar que as mudanças não são apenas uma reação temporária à concorrência, mas um compromisso genuíno com a melhoria contínua. Até lá, fica o gosto amargo da pergunta irônica: por que melhorar só sob pressão?
