Embora tenha declarado a disposição em ser candidata ao Palácio de Ondina em 2014, independentemente da postura do Partido dos Trabalhadores (PT) e do governador Jaques Wagner (PT), a senadora Lídice da Mata, líder do PSB baiano, destacou nessa terça-feira (24/9) que não enfrentará o cenário sendo opositora ao governo estadual. A senadora ressaltou que não será candidata de oposição, mas que lutará para ser a candidata da base.
Diante da repercussão em torno das declarações de possível autonomia política e sobre o afastamento do PSB da esfera do governo federal, com os planos de pré-candidatura do governador de Pernambuco e presidente nacional da sigla, Eduardo Campos, ao Palácio do Planalto, Lídice ponderou que o quadro de postulações do PSB será definido, somente em 2014. “Portanto, no momento, sou pré-candidata dentro de um processo político de construção de uma candidatura”.
Segundo ela, a preocupação central do partido até 5 de outubro, é o fechamento da chapa de pré-candidatos a deputados estaduais e federais. Nesta quinta-feira, o PSB irá filiar o ex-deputado petista Josepht Bandeira e o ex-prefeito tucano de Brumado Eduardo Vasconcelos.
A argumentação de Lídice sobre a possibilidade de ser a candidata que represente a base pode encontrar apoios. Apesar dos aliados não avocarem a questão, nos bastidores o nome da senadora estaria sendo apontado como um dentre os pré-candidatos que têm mais chances de receber a adesão dos partidos para a sucessão de Wagner.
Consta que a força da senadora, bastante conhecida em todo o Estado, e principalmente a capilaridade eleitoral podem contribuir nessa conjuntura. Contudo, o grande impasse estaria centrado no PT, que tem prioridade para encabeçar a chapa e não vai liberar para os aliados, além do próprio Wagner, que, embora comande a frente, tem coração petista.
O presidente estadual do PCdoB, Daniel Almeida foi um dos que defenderam o nome de Lídice. “Ela tem o perfil histórico comprometido com a esquerda, bom trânsito entre as forças do centro e da esquerda, sendo um bom nome para unificar”, afirmou.
Entretanto, o comunista pregou a unidade da base. “Ninguém pode tirar a legitimidade que Lídice tem para pleitear uma candidatura e acho que ela pode ser uma boa alternativa, mas não vejo como bom cenário a colocação de projetos que afastam desse campo político liderado por Wagner”, disse, levantando a hipótese de que Lídice fortaleça o palanque de Campos. “Duas candidaturas não comprometem a vitória, mas trazem mais incerteza”, alertou.