Na manhã desta sexta-feira (4), uma postagem do presidente da Associação do Turismo de Ilhéus, Alcides Kruschewsky reacendeu uma discussão importante nas redes sociais sobre o uso do espaço público no entorno do monumento do Cristo Redentor de Ilhéus. A publicação, dirigida ao prefeito Valderico Júnior, criticou a ocupação desordenada da área por motorhomes, carros e até mesas de confraternização que, segundo ele, prejudicam a visibilidade e o valor simbólico do monumento.
“Transformaram o nosso Cristo Redentor em área para estacionamento de motorhomes. Hoje, nenhum turista consegue fazer uma foto desse ícone cultural de Ilhéus sem alguma interferência. É preciso fazer algum isolamento que guarde uma distância da escultura e a proteja”, escreveu Kruschewsky.
O monumento, localizado próximo à nova ponte Jorge Amado e à Avenida Dois de Julho, é uma das imagens mais emblemáticas de Ilhéus e frequentemente visitado por moradores e turistas. No entanto, a presença constante de veículos recreativos e atividades paralelas no local tem levantado preocupações sobre a conservação do espaço e a experiência dos visitantes.
Em resposta ao ex-secretário, um internauta reconheceu a necessidade de preservar o patrimônio, mas defendeu uma abordagem mais ampla e acolhedora ao turismo itinerante:
“Esse monumento da cidade merece mais destaque, respeito e proteção. Mas também é necessário oferecer um espaço adequado com estrutura para os viajantes, que muitas vezes são famílias com crianças. Eles precisam de água, energia, descarte de resíduos e, principalmente, segurança. Muitos têm canais no YouTube e ajudam a divulgar a cidade de forma espontânea.”
Outros comentários apontaram impactos negativos, como poluição visual, obstrução de áreas de caminhada e consumo reduzido desses turistas nos comércios locais. “Esse é o tipo de turista que não consome nada na cidade e ainda causa poluição visual”, criticou Aurelino Carpinteiro, morador da região.
Diante da polêmica, especialistas e cidadãos têm sugerido a criação de uma Zona de Apoio ao Motorhome (ZAM), em local estratégico e fora das áreas sensíveis da cidade, com infraestrutura básica e segurança. A proposta visa ordenar esse tipo de turismo sem comprometer o patrimônio histórico e a paisagem urbana.
Enquanto isso, o desafio para o poder público é encontrar um equilíbrio entre a preservação do espaço público, o respeito ao patrimônio cultural e o incentivo ao turismo em suas diversas formas.