O Datafolha foi as ruas e entrevistou 9.173 eleitores em 341 cidades no levantamento, encomendado pela Folha e pela TV Globo e realizado na quarta (24) e na quinta (25), a margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
O resultado é a mais expressiva mudança na curva das intenções de voto no segundo turno até aqui, e reflete um período de exposição negativa para o deputado do PSL. A três dias da eleição presidencial Jair Bolsonaro (PSL) caiu de 59% para 56% nos votos válidos, enquanto Fernando Haddad (PT) subiu de 41% para 44%.
Nas redes sociais os eleitores de Haddad comemoraram a crescente do candidato petista e subiram a hashtag #HoraDaVirada, o candidato cumprirá agenda de campanha até a madrugada do próximo sábado. Enquanto isso a comitiva de Jair Bolsonaro optou por não fazer mais aparições públicas presenciais.
Em votos totais, Bolsonaro tem 48%, ante 38% de Haddad e 6% de indecisos. Há 8% de eleitores que declaram que irão votar branco ou nulo. Desses, 22% afirmam que podem mudar de ideia até o dia da eleição. O deputado perdeu apoio em todas as regiões do país, embora mantenha sua liderança uniforme, exceto no Nordeste, onde Haddad ainda aumentou sua porcentagem e tem 56% dos votos totais e Bolsonaro, 30%.
Alguns analistas políticos atribuem a queda de Bolsonaro nas pesquisas ao escândalo divulgado pela Folha sobre o “Caixa 2” feito por empresários em apoio a campanha dele por meio de bombardeamento de fake news pelo Whatsapp. No domingo (21), também viralizou o vídeo da palestra de um de seus filhos, o deputado reeleito Eduardo (PSL-SP), em que ele sugere que basta “um soldado e um cabo” para fechar o Supremo Tribunal Federal em caso de contestação de uma vitória de seu pai.
A base de deputados aliados a Bolsonaro não gostou das falas do presidenciável feitas em uma transmissão ao vivo pelo Facebook na qual ele contesta a briga por apoio em São Paulo para França e Dória “parece que vocês (deputados) se elegeram por mérito próprio, com toda certeza alguns candidatos seriam eleitos, mas a grande maioria não”, ele ainda completa dizendo “o objetivo de vocês tem que ser Jair Bolsonaro” no que alguns eleitores entenderam ser um tom autoritarista do candidato.
O general da reserva e eleito deputado federal por São Paulo, Roberto Peternelli disse que esta seria a hora para Jair Bolsonaro adotar um tom mais conciliador no seu discurso e deixar de lado a retórica agressiva na reta final de campanha. Para ele, Bolsonaro precisa pensar num “país como um todo” e não só na sua base aliada.