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PGR INDICA QUE CANAIS BOLSONARISTAS NO YOUTUBE GANHARAM R$ 4 MILHÕES EM ATOS ANTIDEMOCRÁTICOS

Canais bolsonaristas no YouTube são investigados por promover atos antidemocráticos.

Uma investigação da Polícia Federal (PF) e da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre atos antidemocráticos concluiu que 12 canais no YouTube de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro receberam cerca de US$ 1,1 milhão em monetização dos vídeos. Segundo informações da BBC, o valor é referente ao período de junho de 2018 a maio de 2020 e equivale a aproximadamente R$ 4,2 milhões em valores convertidos com o câmbio.

O sigilo foi levantado nesta segunda-feira, 7, pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. De acordo com ele, o relatório de uma empresa especializada em análises estatísticas de páginas do YouTube apontou que as 829 mil visualizações do vídeo da live realizada por Bolsonaro no último dia 3 de maio podem ter gerado um lucro de 6 mil e 11 mil dólares para o administrador do canal “Folha Política”, que possui 2,4 milhões de inscritos.

Conforme a BBC, todos os responsáveis pelos canais negaram irregularidades. Segundo o Ministério Público, os três canais mais lucrativos são: Folha Política (US$ 486 mil), Folha do Brasil/Foco do Brasil (US$ 307 mil) e O Giro de Notícias (US$ 219 mil). O Folha Política chega a gerar ganhos de R$ 50 mil a R$ 100 mil por mês.

O vídeo mais assistido do canal Folha Política no YouTube é “Fim da ‘mamata’ para presos: Veja vídeos em que Bolsonaro anunciou o que pretende fazer”, com 5,4 milhões de visualizações.

O canal Foco do Brasil (ou Folha do Brasil) teria recebido sistematicamente vídeos de Bolsonaro enviados por Tercio Arnaud Tomaz, assessor do presidente apontado como integrante do chamado “Gabinete do Ódio”.

No entanto, ainda de acordo com a BBC, o inquérito é marcado por divergências entre os órgãos envolvidos, cabendo ao STF decidir o futuro dele.

A PF afirmou, em seu relatório final, que não conseguiu aprofundar alguns aspectos da investigação porque diligências solicitadas em junho de 2020 não foram autorizadas após discordância da PGR. Já a PGR disse que a Polícia Federal não conduziu uma investigação eficiente, deixando de realizar análises dos materiais apreendidos.

A PGR também direcionou críticas ao YouTube, empresa do Google, por ter faturado “certamente muito mais” com conteúdos antidemocráticos. [A Tarde]