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REÚNE ILHÉUS APONTA CONTRADIÇÕES NAS PLANILHAS DAS EMPRESAS DE ÔNIBUS

Empresas reclamam das gratuidades, mas burlam números.
Empresas reclamam das gratuidades, mas burlam números.
O movimento Reúne Ilhéus, desde que teve acesso às planilhas de custos das empresas Viametro e São Miguel, analisa a fundo os documentos. A papelada foi entregue ao movimento pela prefeitura. Esse documento serve de base para as empresas pedirem o reajuste da tarifa.
Em pedido protocolado em maio, Viametro e São Miguel solicitam tarifa a R$ 3,05.
Nas análises, segundo o movimento, foram constatadas contradições graves. O documento afirma que as gratuidades, classificadas pela empresa como um “câncer”, permite que 28% dos usuários do transporte não paguem a tarifa. Segundo as empresas, são 700 mil utilizações por mês.
Porém, na planilha, aparecem somente 264,4 mil gratuidades mensais.
Outro ponto controverso diz respeito à meia passagem para estudantes. Segundo o movimento, o cadastro do SIT possui em torno de 50 mil estudantes. Considerando a utilização do transporte coletivo por esses estudantes durante 20 dias ao mês, haveria um milhão de utilizações.
Já a planilha indica uma média mensal de 413,6 mil utilizações. Assim, apenas metade dos estudantes cadastrados usa o transporte coletivo. Os números jogam por terra as reclamações das empresas quanto ao benefício dos estudantes.
O Reúne Ilhéus aponta também o desrespeito das empresas quanto ao limite de anos de utilização dos veículos.
Diz o movimento que, segundo as planilhas, 70 ônibus das duas empresas possuem mais de cinco anos de uso (sendo que 10 veículos ultrapassam uma década), o que infringe a Lei Orgânica do Município e o Edital de Licitação que estabelece a validade de cinco anos.
“Estamos analisando o IPK – índice de passageiro por quilômetro, que é essencial para chegarmos ao valor ideal da tarifa, porém é difícil confiar em tais números visivelmente contraditórios”, afirma o Movimento.
Há duas semanas, o prefeito Jabes Ribeiro propôs uma comissão para avaliar as planilhas. Mas parece jogar à torcida. Até hoje, o decreto que institui o grupo de trabalho não foi assinado.