Desde o final do mês de agosto diversas manchas de óleo (petróleo cru) têm aparecido nas praias do nordeste brasileiro.
No Estado da Bahia, as últimas informações (30/10) apontam óleo atingiu desde o litoral Norte do Estado até à região de Abrolhos, com identificação de camadas espessas de óleo no mar, poluindo praias, estuários e manguezais, já sendo considerado o maior acidente ambiental da Bahia.
Na Costa Cacau, sul da Bahia, as manchas já atingiram vários munícipios, impactando recursos hídricos, biológicos e a economia local.
A Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) se solidariza com a comunidade local e informa que está mobilizando seus recursos técnicos e humanos para apoiar ações de informação, monitoramento e mitigação dos impactos sociais e ambientais nas áreas atingidas.
O petróleo e seus derivados possuem substâncias químicas com diferentes graus de toxicidade, com destaque para os hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (hpa). Em nossas atividades cotidianas podemos ficar expostos, em diferentes situações e concentrações, como no manuseio de solventes, postos de combustíveis ou mesmo acidentes com estes produtos.
Porém, no caso do petróleo cru liberado em grandes quantidades no ambiente, tanto a diversidade, como a concentração destas substâncias pode atingir níveis muito elevados, com a presença centenas de compostos químicos como os hidrocarbonetos aromáticos e alifáticos, além de outras substâncias como metais. Quando este material entra em contato com a água, o ar e a luz reage, liberando substâncias parte destas substâncias, algumas muito tóxicas, que podem provocar danos severos à saúde de pessoas, animais e plantas.
Riscos à saúde – Os vapores orgânicos liberados para a atmosfera se inalados podem provocar dificuldade para respirar, provocar dor de cabeça, náuseas e confusão mental.
A ingestão acidental pode causar dores abdominais, vômito e diarreia.
O contato com a pele pode provocar irritação, dermatites ou queimaduras.
Trabalhadores, gestantes, crianças e idosos são os grupos de maiores riscos para intoxicação aguda ou crônica. Gestantes e crianças NÃO devem participar de atividades voluntárias para limpeza das praias.
Portanto, NÃO entre em contato com o material, evite manipular ou permanecer próximo às manchas. Faça fotos, vídeos e encaminhe para a Marinha, o Corpo de bombeiros, o IBAMA, o INEMA ou a prefeitura municipal, que irão destinar equipe ao local para tomar as devidas providências.
Se houver contato com o material, a orientação é utilizar óleo de cozinha para facilitar a remoção e lavar o local com água corrente e sabão, até remover todo o material da pele. Em caso de mal estar, reação alérgica, ou ingestão incidental, procure um serviço de saúde;
Neste momento de incertezas, não é possível afirmar que seja seguro entrar na água, uma vez que muitos componentes solúveis do petróleo permanecem mesmo após a retirada do óleo. Banhos e demais atividades devem ser evitados.
Se encontrar animal contaminado (vivo ou morto) não toque no animal. Entre em contato IMEDIATAMENTE com o IBAMA para receber as instruções de acordo com a situação.
No caso de interesse em participar como voluntário de uma ação, procure grupos já organizados, que irão orientar e fornecer os equipamentos de proteção individual necessários.
Para mais orientações procure:
– CENTRO INFORMAÇÕES E ASSISTENCIA TOXICOLÓCAS DA BAHIA (Ciatox-BA/Ciave) tel. 0800 284 4343